Continuo
espantada pelo fato de o Ministério Público Federal não ter
questionado o pagamento de R$15 bilhões para barrarem investigações
feitas por autoridades dos Estados Unidos e processo de investidores
americanos contra a Petrobrás.
Pois quem investe em ações quer lucrar mais que os rendimentos pagos com segurança pelos bancos. Se isso não envolvesse riscos, todos investiriam em ações.
Também
me espantei quando soube que investidores internacionais colocaram
tanto dinheiro na Petrobrás. Pois quem investe numa empresa
controlada por um governo assume riscos ainda muito mais graves.
Sobretudo logo depois do grande escândalo do Mensalão.
Por
isso, estou convicta de que o certo seria lutar nos tribunais
internacionais para que as leis de mercado valessem para os
investidores que assumiram tal risco.
Igualmente
estou convicta de que tais leis de mercado deveriam valer sempre em
favor do povo brasileiro, cujo capital foi usado para construir a
Petrobrás.
Pois
quem investe numa empresa criada com o dinheiro de um povo sabe que
essa empresa – enquanto for controlado pelo governo desse povo –
deve ser administrada em favor desse povo. Ou seja: não só pode
como deve e tem a seu favor todos as leis de mercado.
Pois
quem compra esse tipo de ação sabe também que está sujeito a
mudanças políticas e ao controle de governantes que decidam
instituir uma política de preços que favoreça a produção, o
desenvolvimento econômico, sobretudo em meio a crise em que vivemos.
Mas,
espantosamente, quando o atual presidente decidiu em favor de uma
política de preços mais favorável ao país, aos seus verdadeiros
controladores: o povo brasileiro, a imprensa classificou tal ato como
intervenção.
Intervenção
seria se investidores privados
tivessem ações suficientes para controlar a empresa e o governo
usasse o poder de governo para controlar a política de preços dessa
empresa. Assim como muitos governos já fizeram no passado,
estabelecendo congelamento de preços. Assim como a Argentina está
fazendo agora. Isso é intervenção.
Mas
– quando um governo impõe política de preços à empresa
controlado por ele mesmo – ele está apenas exercendo seu legítimo
direito como controlador: o direito de propriedade, que é a base
daquilo que chamam liberalismo econômico.
Esta
semana, espantosamente, decidiram chamar também de intervenção a
ação do governo visando a alterar a política de publicidade do
Banco do Brasil. Como se os empregados públicos que decidem ou
decidiram sobre tal política fossem proprietários-controladores do
Banco do Brasil.
Haja
paciência!!!...
Estou
certa de que não importa quanto qualquer política favorável à
maioria da população brasileira resulte em redução do valor das
ações de empresas controladas pelo governo. As empresas perdem seu
valor de mercado, mas o Brasil ganha.
Dinheiro
é um valor extremamente relativo. E é preciso dar o devido valor a
cada coisa.