domingo, 5 de maio de 2019

Dizer que controle legítimo é intervenção seria má-fé ou ignorância?


Continuo espantada pelo fato de o Ministério Público Federal não ter questionado o pagamento de R$15 bilhões para barrarem investigações feitas por autoridades dos Estados Unidos e processo de investidores americanos contra a Petrobrás.

Pois quem investe em ações quer lucrar mais que os rendimentos pagos com segurança pelos bancos. Se isso não envolvesse riscos, todos investiriam em ações.

Também me espantei quando soube que investidores internacionais colocaram tanto dinheiro na Petrobrás. Pois quem investe numa empresa controlada por um governo assume riscos ainda muito mais graves. Sobretudo logo depois do grande escândalo do Mensalão.

Por isso, estou convicta de que o certo seria lutar nos tribunais internacionais para que as leis de mercado valessem para os investidores que assumiram tal risco.

Igualmente estou convicta de que tais leis de mercado deveriam valer sempre em favor do povo brasileiro, cujo capital foi usado para construir a Petrobrás.

Pois quem investe numa empresa criada com o dinheiro de um povo sabe que essa empresa – enquanto for controlado pelo governo desse povo – deve ser administrada em favor desse povo. Ou seja: não só pode como deve e tem a seu favor todos as leis de mercado.

Pois quem compra esse tipo de ação sabe também que está sujeito a mudanças políticas e ao controle de governantes que decidam instituir uma política de preços que favoreça a produção, o desenvolvimento econômico, sobretudo em meio a crise em que vivemos.

Mas, espantosamente, quando o atual presidente decidiu em favor de uma política de preços mais favorável ao país, aos seus verdadeiros controladores: o povo brasileiro, a imprensa classificou tal ato como intervenção.

Intervenção seria se investidores privados tivessem ações suficientes para controlar a empresa e o governo usasse o poder de governo para controlar a política de preços dessa empresa. Assim como muitos governos já fizeram no passado, estabelecendo congelamento de preços. Assim como a Argentina está fazendo agora. Isso é intervenção.

Mas – quando um governo impõe política de preços à empresa controlado por ele mesmo – ele está apenas exercendo seu legítimo direito como controlador: o direito de propriedade, que é a base daquilo que chamam liberalismo econômico.

Esta semana, espantosamente, decidiram chamar também de intervenção a ação do governo visando a alterar a política de publicidade do Banco do Brasil. Como se os empregados públicos que decidem ou decidiram sobre tal política fossem proprietários-controladores do Banco do Brasil.

Haja paciência!!!...

Estou certa de que não importa quanto qualquer política favorável à maioria da população brasileira resulte em redução do valor das ações de empresas controladas pelo governo. As empresas perdem seu valor de mercado, mas o Brasil ganha.

Dinheiro é um valor extremamente relativo. E é preciso dar o devido valor a cada coisa.