O
artigo que publiquei no último dia 02 estava praticamente pronto
quando localizei a matéria na qual dizem que o sol inativa o
coronavírus oito vezes mais rápido que acreditavam antes.
Ainda
que eu já suspeitasse que a melhora que experimentei, ao tomar
banhos de sol perto do meio dia
(http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2013/08/e-preciso-pegar-15-20-minutos-de-sol-sem-protetor-das-10h-e-15h.html),
é devida a muito mais que doses extras de vitamina D3, a minha
pesquisa para aquele artigo foi direcionada a questões
relativas a essa vitamina e aos protetores solares químicos e
físicos ou naturais.
Pesquisando
o assunto depois de publicar o artigo, verifiquei que foram
realizadas pesquisas em laboratório que comprovam que a luz solar
simulada e direcionada contra um material que também simula saliva,
mas contendo de fato o coronavírus (SARS-CoV-2), é capaz de
destruir o coronavírus que está ainda no ar, como num espirro, e
aquele que já está caído sobre superfície.
Mas não
encontrei nenhuma pesquisa que visasse a verificar possível ação
benéfica do sol para a cura da doença.
E,
além de descaso em relação às poucas pesquisas realizadas e aos
apelos dos cientistas para que novas pesquisas sejam feitas, algumas
matérias publicadas em sites de importantes veículos de comunicação
se configuram em escancarada oposição a essas pesquisas.
As
poucas e importantes pesquisas que pude identificar
Uma
notícia de 24 de abril do ano passado tem o título: “Luz do sol
destrói coronavírus rapidamente, afirma agência americana”.
Segue um trecho:
William
Bryan, consultor de ciência e tecnologia do Departamento de
Segurança Interna, disse a repórteres na Casa Branca que cientistas
do governo descobriram que os raios ultravioletas têm um impacto
potente.
"Nossa
observação mais impressionante até o momento é o poderoso efeito
que a luz solar parece ter sobre a morte do vírus, tanto na
superfície quanto no ar", disse ele.
"Vimos
um efeito semelhante tanto com a temperatura quanto com a umidade, o
aumento da temperatura ou da umidade ou ambas é geralmente menos
favorável ao vírus".
(Extraído
de publicação do site do Correio Braziliense)
Localizei
duas dessas pesquisas produzidas pela diretoria de Ciência e
Tecnologia do mesmo órgão do governo americano, cujo nome o Correio
Braziliense traduz por Departamento de Segurança Interna.
A publicação
em inglês/PDF que se localiza por este link refere-se
à ação de luz solar simulada em laboratório sobre vírus suspenso
no ar e a, deste link sobre
vírus depositado em superfícies. Em ambas o vírus é
envolvidos em material que simula saliva.
Em
maio-2020, o G1 publicou artigo sobre outra pesquisa relativa a vírus
depositado em superfície (link).
A
campanha de oposição às pesquisas
O
jornal Folha de São Paulo produziu uma matéria que foi publicada
também em muitos outros sites, mas que tem o claro objetivo de
desacreditar essas pesquisas. O seu título é: “Ação germicida
do sol tem baixo poder para impedir a transmissão de coronavírus”
(link).
Nessa
matéria, atribuem a Caetano Padial Sabino – que identificam como
doutorando na USP e pesquisador das aplicações da luz para a saúde
– as seguintes declarações:
A
afirmação que circula nas redes sociais de que o risco de infecção
pelo novo coronavírus é menor em dias ensolarados é perigosa e
pode causar riscos à saúde.
O
Brasil tem uma taxa de incidência solar que está entre as maiores
do mundo, e mesmo assim somos o epicentro da pandemia.
Não
citam nenhuma evidência científica que pudesse sustentar a primeira
afirmação, que contraria o resultado das referidas pesquisas
realizadas por cientistas do governo americano.
A
segunda declaração corresponde ao mesmo que dizem com a pretensão
de justificar o título da matéria, evidenciando uma manobra para
inverter os fatos. Pois, logo no início dessa matéria, consta:
Um
grupo de pesquisadores que usou dados de mais de 200 cidades chinesas
durante a pandemia não encontrou efeito da temperatura ou da
radiação solar na eliminação do novo coronavírus ou na
diminuição do contágio.
A
descoberta contraria artigos publicados nos últimos meses que
apresentaram essa possibilidade com base em cálculos teóricos e
experimentos em laboratório.
Mas
essa pesquisa chinesa e essa matéria da Folha foram realizadas
durante período de quarentema mais severa na China e no Brasil.
Período em que as autoridades impediram a população de ter acesso
aos espaços públicos das cidades, onde poderiam tomar sol.
A
informação que permite saber qual o período de realização dessa
pesquisa chinesa, entretanto, está só quase no final dessa matéria
da Folha, nesse trecho:
Pesquisadores
de universidades chinesas cruzaram dados de disseminação do
Sars-CoV-2, temperatura e radiação solar de mais de 200 cidades da
China. Os resultados, publicados em abril na revista científica
European Respiratory Journal, indicam que radiação solar e
temperatura não influenciaram nas taxas de contágio.
Nessa
publicação da revista científica European Respiratory
Journal, não encontrei data para verificar o dia em que foi
publicada, mas há uma data no endereço URL da publicação, como
segue:
https://erj.ersjournals.com/content/early/2020/04/01/13993003.00517-2020
Assim
se vê que essa “pesquisa” já foi publicada na Europa em 1º de
abril de 2020. E há muitas matérias que mostram que houve
quarentena na China desde janeiro e que só começaram a liberar a
partir de 23 ou 24 de março de 2020, uma semana antes de publicarem
essa pesquisa chinesa na Europa.
Além
de ser já um período muito curto, toda pesquisa exige um prazo para
compilação de dados, revisão, etc. Costuma haver ainda mais demora
para ocorrer publicações no exterior.
Assim
fica claro que essa pesquisa chinesa só pode ter sido realizada
durante o período de quarentena mais severa na China.
Igualmente
essa matéria da Folha foi publicada em 30 de junho de 2020. E, na
região de Florianópolis, SC, como em muitas outras do país, as
autoridades proibiram até a circulação de ônibus, no período de
abril até o começo de agosto, 2020, impedindo que as pessoas
saíssem de casa.
A
notícia desse vídeo de Youtube trata da prisão de uma mulher que
tentou tomar um banho de sol numa praça pública, logo no início da
quarentena: https://www.youtube.com/watch?v=058wg-XLDqY
Fica
claro, portanto, que o único fato que essa pesquisa chinesa pode
atestar é que a quarentena forçada impede que a população se
beneficie do efeito do sol para cura e redução de contágio.
Outra
polêmica em torno de estimativa
Outra
polêmica envolve o trabalho que é tratado de forma elogiosa em
artigo que está nessa URL do Portal IG (link),
no qual ainda consta:
Tal
análise confirma estudo realizados no passado sobre a
Gripe Espanhola. Em 1918 e 1919, pesquisadores apontaram que
os pacientes tratados em hospitais mais abertos e que eram expostos
ao sol tinham mais chances de sobrevivência e recuperação.
Um
dos autores é Jose-Luis Sagripanti, doutor em Ciência, Bioquímica
e Virologia. Ele trabalhou como pesquisador para o exército
americano, onde aposentou-se. O outro é biofísico David Lytle, que
também trabalhou para o governo americano e aposentou-se na Food and
Drug Administration.
Ambos
são pesquisadores experientes no combate a viroses. Eles
desenvolveram uma ferramenta para fazer estimativas do tempo
necessário para destruir diversos tipos de vírus suspensos no ar ou
depositados em superfície pela ação da luz solar.
E,
por certo, cientes das referidas pesquisas em laboratório que
demonstram que o SARS-CoV-2 é vulnerável à ação do sol (raios
ultravioleta A e B), fizeram uma estimativa que foi publicada.
Arquivo em inglês/PDF neste link.
E
mais outra matéria questionável e até enganosa
Mas,
mesmo reconhecendo estar cientes de que o tuíte que questionam
se baseia nesse trabalho desses profissionais, uma matéria do
Comprova, que foi publicada por muitos veículos de comunicação no
Brasil, tem o seguinte título: “Tuíte engana ao afirmar
que sol mata o coronavírus”.
Aparentemente,
o autor do tuíte em questão acreditou que a estimativa se referia a
potencial destruição do vírus nos corpos das pessoas. Bastaria,
portanto, dizer que o autor do tuíte se equivocou.
Além
disso, consta no teor dessa matéria que eles teriam pesquisado na
mídia sobre as pesquisas já realizadas e nada disseram sobre as que
referi antes, que comprovam a ação da luz solar simulada contra o
SARS-CoV-2.
Assim
se pode dizer que esse título é que engana. Sobretudo porque essa
matéria é de setembro do ano passado. E as publicações que
mostrei são de abril e maio.
Esperança
contra o desastre
Como
relatei no artigo anterior, surpreendi-me com a melhora que tive
depois de um banho de sol perto do meio dia, no 4º dia de sintomas
que parecem ter sido da covid-19.
O
meu nível de vitamina D3 já estava alto. Pois tomei muito sol e
importei cápsulas com doses elevadas de D3 ano passado.
Assim,
acredito que a ação germicida do sol pode, sim, contribuir para
cura da doença. E é muito fácil verificar isso. Basta levar as
macas dos pacientes para o pátio dos hospitais, para tomarem ao
menos 15 minutos de sol perto do meio dia. Um experimento simples que
não custaria praticamente nada.
Redução
de riscos para idosos e outros vulneráveis
Por
outro lado e com base nas pesquisas já realizadas, no mínimo,
deveria haver alertas para que a população optasse pelos dias de
sol para fazer suas compras, por exemplo.
Afinal,
muitas pessoas, principalmente idosos e outros em situação de maior
risco, saem pouco de casa e podem adiar a saída.
Entretanto,
digitando no Google: covid 19 sair só em dias de sol, não se
encontra nenhum alerta desse tipo. Ainda fiz busca na página da
Organização Mundial da Saúde que trata de informações sobre
covid-19 e nem mesmo encontrei a palavra sol.
Mas,
sendo que o resultado das pesquisas claramente evidenciam que os
riscos podem ser bem inferiores em dias de sol, por que não divulgar
isso? Se fossem necessárias pesquisas complementares, por que
ainda não as realizaram?